Thursday, December 28, 2006

Gabriela Montero - Ou a liberdade do Piano


Hoje deixo aqui a biografia desta extraordinária pianista. Aconselho a ouvirem e...

...depois conversamos.


“I have rarely come across a talent like Gabriela’s. She is a unique artist.”

Martha Argerich


Gabriela Montero’s first EMI/Angel CD consisted of one disc of music by Rachmaninoff, Chopin and Liszt and a second of her deeply-felt and technically brilliant improvisations. Standing alongside inspired performances of core repertoire, improvisation plays as important a part in Gabriela's life as it did for Bach and Mozart and, to show the link, her latest EMI/Angel CD Bach and Beyond isa full disc of improvisations on themes by Bach.

Gabriela has appeared with orchestras across the world from South America and the USA, Europe, to Japan and the Far East and she recently made her debut with the New York Philharmonic and Lorin Maazel. Anthony Tommasini writing in the New York Times commented that "Ms Montero's playing had everything: crackling rhythmic brio, subtle shadings, steely power in climactic moments, soulful lyricism in the ruminative passages and, best of all, unsentimental expressivity".

Gabriela's other recent and future engagemnts include NDR Hannover, Boston Philharmonic with Benjamin Zander, Stuttgart Philharmonic, the Lanaudiere Festival and the Philharmonia Orchestra with Gustavo Dudamel, with whom she also works regularly with the Venezuelan Youth Orchestra.

In recital Gabriela has appeared at the Wigmore Hall London, Kennedy Center Washington DC, National Arts Center Ottawa, Orchard Hall Tokyo, Teatro Colon Buenos Aires, Herkulessaal Munich, Musikhalle Hamburg, Berlin Konzerthaus, and will appear at the Cologne Philharmonie as part of the Cologne Musiktriennale 2007 whose theme will be ‘improvisation’. Gabriela has appeared at the Roque d’Anthéron, Radio France Montpellier, Schleswig-Holstein, MDR Musiksommer, Penderecki, and Radio Canada Chopin festivals and is invited annually to the ‘Progetto Martha Argerich’ Festival in Lugano and to Martha Argerich's Buenos Aires Festival.

Born in Caracas Venezuela, Gabriela gave her first public performance at the age of five. Aged eight she made her concerto debut with the Venezuelan Youth Orchestra conducted by Jose Antonio Abreu and was granted a scholarship from the Venezuelan government to study in the USA. At twelve she won the Baldwin National Competition and AMSA Young Artist International Piano Competition, performing Tchaikovsky's Piano Concerto No.1 with the Cincinnati Symphony Orchestra.

A former student of Lyl Tiempo, Andrez Esterhazy and Professor Hamish Milne at the Royal Academy of Music London, Gabriela has won international prizes including the Bronze Medal at the 13th International Chopin Piano Competition in Warsaw in 1995.



A saber mais em: http://www.gabrielamontero.com/

Wednesday, December 27, 2006

A Ponte de Rio Velho

As Horas

Sem Título

Cruz & Credo 7

Cruz: Finalmente acabei de ler o D. Quixote.
Credo: Quem?
Cruz: O D. Quixote. O Fidalgo louco, que tinha um cavalo rocinante mais o Sancho Pança como escudeiro e um galgo muito magro.
Credo: Ah…tou a ver!
Cruz: O tipo era bera como os maus pá! Metia a trote contra os moinhos de vento e tudo! Só por amor a uma tal Dulcineia. Aquilo é que era! E ia só de lança e escudo!
Credo: Pois.
Cruz: Nunca leste Cervantes pois não?
Credo: Por acaso até não li. Mas já li o Código Da Vinci do não sei quantos Brown.
Cruz: Eh lá homem de letras… és um intelectual de craveira! O Cervantes ao pé desse tipo é um menino!
Credo: Não tenhas dúvidas. Por acaso já fizeram algum filme sobre o tal Quixote? Com actores daqueles das revistas? Daqueles bons?
Cruz: Sei lá!
Credo: Pois é pá…um tipo quando não domina não deve falar! Cervantes, Cervantes…isso é para meninos!

Cruz & Credo 6

Cruz: Aaaa…tchim…
Credo: Saúde pá!
Cruz: Chatice. Isto foi no escritório! Um tipo sai de casa porreiro, vai trabalhar e vem de lá doente.
Credo: Como é que é…?
Cruz: É dos aparelhos de ar condicionado. Frio, quente, frio, quente, liga, desliga…as gajas ou têm o termóstato avariado ou frio nas unhas e depois quem se constipa é um tipo.
Credo: Então não devias era ir trabalhar. Ou então corrias de lá com as tipas.
Cruz: E depois…trabalhava só com gajos não? Matem-me antes com uma gripe!
Credo: A escolha é tua: saúde ou miúdas!
Cruz: Miúdas pois claro! Aaaa…tchim…, aaaa…tchim…
Credo: Saúde!

Cruz & Credo 5

Cruz: Nem vais acreditar!
Credo: Então?
Cruz: Comecei a ter aulas de cozinha japonesa.
Credo: Aquela cena do peixe cru?
Cruz: Yap! Chama-se Sushi.
Credo: E no fim?
Cruz: Qual fim?
Credo: Quando acabas as aulas…comes essas cenas e tudo?
Cruz: Não, nada disso! Eu nem gosto de japonês!
Credo: Então para que é que queres o curso?
Cruz: As miúdas adoram. É “fashion” à brava!
Credo: Peixe cru é “fashion”? Pois…
Cruz: Realmente…gajos como tu nunca evoluem!
Credo: Pois…peixe cru para engatar tipas...deve ser cá um sucesso! E no segundo encontro o que é que lhes levas? Umas pataniscas com arroz de feijão para criar um efeito surpresa? És o maior!

Cruz & Credo 4

Cruz: Epá, como é que se chama aquele tipo…aquele que fazia de bandido no filme do tal gajo que ganhou um não sei quantos de ouro no Festival de Veneza?
Credo: Já sei! Não é aquele que faz sempre o papel de malandrão com a barba por fazer, que uma vez até era um jogador de cartas que tinha uma pistola a sério em miniatura e matou três tipos no jogo de Tóquio?
Cruz: Exactamente. Esse mesmo.
Credo: E como é que dizes que o gajo se chama?
Cruz: Pois pá…não me lembra. M…da mais isto!

Cruz & Credo 3

Cruz: Ontem fui a um recital de piano. Muita giro!
Credo. “Muita giro”? É “muito giro” que se diz meu animal!
Cruz: Pois.
Credo: E os tipos tocavam bem? Gostastes?
Cruz: Era só um. Um pianista. E não é “gostastes”, é “gostaste”!
Credo: Agora desde que vais esses programas culturais tens a mania que és mais intelectual que os outros!
Cruz: Tem que ser pá! Nem te deixam entrar nestas coisas se não tiveres um ar de esperteza superior.
Credo: Nem que seja saloia.
Cruz: É a mesma coisa meu burro!
Credo: O quê?
Cruz: Superior ou saloio.

Cruz & Credo 2

Cruz: Parece que vão acabar com a Festa da Música no CCB.
Credo: Quem?
Cruz: Sei lá…eles.
Credo: Mas eles quem?
Cruz: Os do costume…os do tacho.
Credo: Alguém devia fazer alguma coisa. Mas neste país esta m…da nunca nada muda.
Cruz: Olha que parece que se organizou uma manifestação e tudo.
Credo: Com massas? Com magotes de malta?
Cruz: Não. Diz que eram só três tipos ou quatro.
Credo: Com cartazes ao menos?
Cruz: Parece que não.
Credo: Então mas afinal quem é que vai dar pela falta da Festa da Música?
Cruz: Ninguém.
Credo: Faz sentido.

Cruz & Credo 1

Cruz: Ontem não te vi no café.
Credo: Agora estou mais refinado, só frequento pastelarias.
Cruz: Pastelarias? Porquê?
Credo: Prefiro ir a sítios onde os empregados usam farda. Não sei, dá-me uma sensação de superioridade. Como se fosse eu o patrão, tás a ver?
Cruz: Como se fosses parvo…
Credo: …Também!

Tuesday, December 26, 2006

Escritos do Dia

Escrito Para R.

Pedro e o Lobo - "Boys like Peter are not afraid of wolves..."


Pedro e o Lobo é um conto para crianças, cuja história nos é apresentada através de música. O compositor desta obra absolutamente mágica foi Sergei Prokofiev, que a terminou no ano de 1936. Um dos objectivos do compositor foi a apresentação às crianças da sonoridade de diversos instrumentos da orquestra, sendo cada personagem representada por um som diferente. Neste conto, somos apresentados a Pedro, ao lobo, ao avô, ao pássaro, ao pato, ao gato e aos caçadores.

Desta feita, a BreakThru Films, apresenta uma versão absolutamente brilhante deste clássico. Vejam e revejam com os miúdos ou sem eles porque este filme de animação não tem idade certa para poder ser visto.

A interpretação da música esteve a cargo da genial The Philharmonia Orchestra, que dispensa apresentações.

Uma versão mágica de que Sergei Prokofiev concerteza muito se orgulharia.

Synopsis

It’s a wolf eat duck world. But it’s a world where little boys can find extraordinary courage and catch the wolf. Peter slips the guard of his haunted, over-protective grandfather, and with a little help from a crazy bird and a dreamy duck (and none whatsoever from a fat, lascivious cat and two hooligan hunters), outsmarts the wolf.

Prokofiev’s story of the irreverent Peter has resonated deeply with over five generations of children, enchanted by its power and sense of fun. It is the most popular piece of classical music orchestrated for children ever. Now BAFTA winning animator Suzie Templeton in collaborating with a world class producing team and classical music specialists brings this mesmerising and enchanting classic to its humorous and exhilarating best for the big screen.

BreakThru Films seeks to create an innovative and prestigious half hour animated film version of Prokofiev’s classic work. Providing a unique live music and film experience, the finished film will be screened theatrically in concert halls worldwide accompanied by live orchestras as well as distributed internationally both on TV and DVD.

A BreakThru Films-Semafor Co-production

Writer-Director: Suzie Templeton
Producers: Alan Dewhurst & Hugh Welchman
Co-Producer: Zbigniew Zmudzki
Executive Producer: Simon Olswang & Lars Hellebust
Co-Writer: Marianela Maldonado
Supervising Director of Photography: Hugh Gordon
Director of Photography: Mikolaj Jaroszewicz
Production Design: Jane Morton & Marek Skrobecki
Editor: Tony Fish
Music Director: Mark Stephenson
Orchestra: The Philharmonia Orchestra

Two Pianists - Nina Schumann & Luís Magalhães



Dois pianistas geniais, uma gravação magnífica da obra para dois pianos de Sergei Rachmaninoff. A qualidade das interpretações é absolutamente fabulosa. Um CD obrigatório para qualquer melómano que se preze.



In January 2006, Magalhaes & Schumann recorded for Universal Music the complete works for two pianos by Sergei Rachmaninoff. The recording took place in the Endler Hall of Stellenbosch University, South Africa. The sound engineer was Wolf-Dieter Karwatky. The Portuguese launch took place on the 24th June at the National Palace of Ajuda, Lisbon - Portugal.


MAGALHÃES & SCHUMANN PIANO DUO – Biography

Luis Magalhães and Nina Schumann met in January 1999 in the USA , while studying at the University of North Texas with Vladimir Viardo. Following their marriage later that year, they formed the Magalhães-Schumann Piano Duo and have since performed to great acclaim across the USA , Portugal , Germany , Austria , South Africa and Mozambique .

NINA SCHUMANN
Following her first appearance with orchestra at the age of 15, Nina Schumann 's talent quickly captured the public's attention and she rapidly established herself as one of South Africa 's foremost pianists, receiving piano tuition from Lamar Crowson, Vitaly Margulis and Vladimir Viardo.

Ms. Schumann has won every major South African music competition and scholarship/prize, including the Oude Meester Music Prize, ATKV Forte Competition, Oude Meester National Chamber Music Competition, Wooltru Scholarship, Adcock-Ingram Music Prize, SAMRO Overseas Scholarship, Jules Kramer and Harry Crossley Overseas Bursaries, as well as the SABC Music Prize. In addition, she has also participated in several international competitions, including the Morocco International and UNISA/Transnet International Piano Competition, during which she reached the semi-final round and was awarded three special prizes, one of which was as the Most Promising South African Pianist.

Besides having more than 140 concerto performances with orchestras in South Africa , Europe and the USA to her credit (and some 35 concertos in her repertoire), she is also a very active chamber musician and soloist and regularly appears in concert with her husband, pianist Luis Magalhães. Nina Schumann is an Universal Music recording artist. She is currently appointed as Associate Professor and Head of Piano at the Department of Music, Stellenbosch University (South Africa).

LUIS MAGALHÃES
Portuguese pianist, Luis Magalhães , started playing piano at the age of five, receiving tuition from Eduardo Rocha, José Alexandre Reis, Pedro Burmester and Vladimir Viardo, as well as masterclasses from, amongst others, Helena Sá e Costa, Paul Badura-Skoda, Dimitri Bashkirov and Alicia de Larrocha.

Mr. Magalhães has won several prizes at national and international competitions, including first prize at the Maria Campina Competition, second prize at the Juventude Musical Portuguesa Competition, second prize (Chamber Music) at the Jovens Músicos Competition, honorary mention at the Helena Sá e Costa Competition, as well as second prize for the best performance of Russian music and best performance of Rachmaninoff at the 2002 Russian Music International Piano Competition, USA. In 2001 he was awarded the National Medal for Cultural Achievements by the Mayor of Famalicão, Portugal .

A concert pianist since the age of nine, Mr. Magalhães has given numerous recital, concerto and chamber music performances in Europe, Asia, South America and Africa , rendering rave reviews. He also regularly appears in concert with his wife, pianist Nina Schumann and he is a Universal Music recording artist. Mr. Magalhães is a lecturer in piano at the Department of Music, Stellenbosch University ( South Africa ).

Friday, December 22, 2006

Pablo Neruda - Oda Al Día feliz

O meu presente de Natal para todos os que vão lendo este blog: um poema de Neruda.

Até que enfim! Alguma qualidade literária num post do vecchio castello.

Feliz Natal e não sei que mais para 2007.

Penso que é isto que se costuma desejar... certo?


ODA AL DÍA FELIZ


ESTA vez dejadme
ser feliz,
nada ha pasado a nadie,
no estoy en parte alguna,
sucede solamente
que soy feliz
por los cuatro costados
del corazón, andando,
durmiendo o escribiendo.
Qué voy a hacerle, soy
feliz.
Soy más innumerable
que el pasto
en las praderas,
siento la piel como un árbol rugoso
y el agua abajo,
los pájaros arriba,
el mar como un anillo
en mi cintura,
hecha de pan y piedra la tierra
el aire canta como una guitarra.

Tú a mi lado en la arena
eres arena,
tú cantas y eres canto,
el mundo
es hoy mi alma,
canto y arena,
el mundo
es hoy tu boca,
dejadme
en tu boca y en la arena
ser feliz,
ser feliz porque si, porque respiro
y porque tú respiras,
ser feliz porque toco
tu rodilla
y es como si tocara
la piel azul del cielo
y su frescura.

Hoy dejadme
a mí solo
ser feliz,
con todos o sin todos,
ser feliz
con el pasto
y la arena,
ser feliz
con el aire y la tierra,
ser feliz,
contigo, con tu boca,
ser feliz.



Pablo Neruda – in: Odas Elementales

Tuesday, December 19, 2006

O Peixe (ão)

Depois de uma leitura de SMBA.

A Casa de Neruda

Nem sei quando terminei este desenho.

Monday, December 18, 2006

Perspectiva (Opus 2)

Terminado Hoje. Publicado Hoje.

Friday, December 15, 2006

O Lobo Que Morava Na Lua (ou o meu primeiro conto de 2006)

O Lobo Que Morava Na Lua


Era uma vez um lobo que morava na Lua. Um lobo chamado Lobo.
Lobo morava numa caixa de madeira muito grande. Na sua casa simples, apenas possuía uma prateleira onde se podiam ver alinhadas duas lombadas de livros de contos e uma pedra do solo lunar que os mantinha equilibrados. Lá fora, no meio do jardim de pedras cuidadosamente dispostas em grupos de três, encontrava-se um velho gira-discos com uma manivela de madeira. Lobo tinha o seu gira-discos no jardim porque na Lua nunca chove lá fora, e os dois livros dentro de casa porque nunca lhe apetecia ler enquanto estava no jardim.
O seu único amigo era uma pequena cratera lunar chamada Ocre. Durante muito tempo foram estes os dois únicos habitantes da Lua.
Os anos passavam envolvidos numa tranquilidade profunda, até que um dia chegou uma encomenda para o Lobo: uma caixa quadrada envolvida em papel pardo, atada com corda de mercearia e selada com lacre. O Lobo nunca tinha recebido nenhuma encomenda e por isso não podia pensar em absolutamente ninguém que lhe enviasse alguma coisa. E que coisa poderia ser? Logo tinha que lhe calhar a ele, que apreciava a sucessão dos seus dias sem sobressaltos, sem encomendas a chegar para agitar o pensamento.
Nesse dia, o Lobo decidiu que não ia abrir a caixa até que o seu cérebro parasse de formular questões sobre as diversas possibilidades do misterioso conteúdo. E assim aconteceu. Não durante esse dia, mas durante muitos, muitos dias. Com o lento passar dos dias, o Lobo até se esqueceu que a caixa alguma vez tinha chegado.
Numa manhã fria de Outono, o seu amigo Ocre lembrou o Lobo que nunca tinha chegado a abrir a misteriosa caixa. O Lobo nada disse sobre o assunto, mas pensou durante alguns minutos e tomou uma decisão: abrir nessa hora a caixa. E assim aconteceu.
Sendo Ocre uma cratera lunar, a única maneira de partilhar a surpresa da abertura era levar a caixa para perto dele. O Lobo assim fez. De seguida esfregou as patas e iniciou o processo de desembrulhar tudo. Começou pelo nó que encerrava a corda de merceeiro que envolvia a caixa ao longo de pelo menos três voltas, de seguida rasgou o papel pardo e finalmente deparou-se com uma caixa de madeira de cedro, já muito velhinha e gasta pelo tempo. Sem demora abriu-lhe o fecho e espreitou para o interior. E… eis que o seu ar de espanto surgiu num ápice. Dentro da caixa vinham umas placas fininhas, redondas e pretas, furadas ao meio e marcadas por diversos sulcos em toda a superfície. O Lobo deixou cair o ar de espanto e sentou-se sem fazer a mais pequena ideia do que eram ou para que serviam as pequenas placas com forma de bolacha gigante e pintadas de preto. Foi Ocre quem resolveu todo o enredo. Explicou ao Lobo que aquelas bolachas enormes eram na realidade discos. Discos onde estava registada música. Se os fizessem girar no aparelho que o Lobo tinha no centro do seu jardim, ia ouvir-se um conjunto de sons a que se chama música. Mistério terminado.
O Lobo não percebeu muito bem o raciocínio de Ocre mas confiava de tal forma no seu amigo que foi de imediato buscar o velho gira-discos. Ocre, que era profundamente inteligente e muito rápido a pensar, explicou ao Lobo todo o procedimento para manusear o aparelho. Assim, foi colocado o disco em cima do prato giratório e se fez correr a agulha através dos sulcos gravados no vinil de cor preta. Subitamente, um som se fez escutar. Depois outro e ainda mais um em seguida. A sucessão de sons não parou mais durante esse dia, nem nos que lhe sucederam. Ocre ensinou ao seu amigo o que era a música e os sons que a constituíam. O Lobo ficava horas em silêncio a ouvi-lo. A Ocre… e à música.
E foi assim que pela primeira vez se ouviu música na Lua.


M.

2006

Thursday, December 14, 2006

Landscape (a minha aldeia)

Terminado Hoje.
M.

Perspectiva (Opus 1)

Terminado hoje. Publico-o aqui.
M.

Monday, December 04, 2006

Sobre o fim da Festa da Música no CCB - V

Evento que substitui Festa da Música

CCB: Dias da Música em Belém aposta nos intérpretes portugueses

21.11.2006 - 14h37 Lusa


O presidente do Centro Cultural de Belém anunciou hoje que a iniciativa Os Dias da Música em Belém, que vai substituir a Festa da Música, em Abril de 2007, vai oferecer 51 concertos de música clássica, com grande participação de intérpretes portugueses.

Numa "conversa informal" com jornalistas no seu gabinete, o presidente do conselho de administração da Fundação CCB, António Mega Ferreira, confirmou o fim da Festa da Música e a sua substituição pelo novo evento.

Ao fim de sete edições — as últimas com 50 mil bilhetes vendidos e mais de uma centena de concertos —, a Festa da Música termina com "um historial de enorme êxito de público e grande qualidade artística", comentou.

"Devido às restrições orçamentais [menos 600 mil euros] a alternativa era mudar muito o modelo e já não seria a Festa Música", justificou, acrescentando que o evento implicava "um compromisso financeiro muito elevado".

A Festa da Música — cuja sétima edição estava já prevista para a temporada de 2007/08 — custou 1,2 milhões de euros em 2006, o que representava dois terços do orçamento da temporada total, enquanto Os Dias da Música em Belém deverão custar "no máximo 400 mil".

O novo evento também será dedicado à área da música clássica, mas aberto a outros géneros de música improvisada, como o jazz; e terá os mesmos três dias de duração, mas com concertos a horas certas e intervalos de cerca de um hora, "para não forçar o público a correr pelos corredores".

"Em vez de ser dedicado a um compositor ou a uma época, terá temas mais abertos, nomeadamente a instrumentos — com o piano em foco em 2007 — e com menos concertos", descreveu, sublinhando que o anterior conceito de preços acessíveis e evento para a família vai manter-se.

Concertos gratuitos na sexta-feira

A primeira edição de Os Dias da Música em Belém terá um dia gratuito para o público, na sexta-feira, que poderá entrar no CCB para tocar em pianos espalhados pelas salas, assistir a concertos de orquestras juvenis, ver DVD sobre grandes pianistas ou filmes em que o piano seja a estrela.

Quanto aos intérpretes, a grande aposta será nos portugueses — a organização já fez diversos convites, que não quis divulgar, limitando-se, por agora, a anunciar os estrangeiros que já aceitaram participar.

"Os portugueses terão uma grande presença, não tanto a nível dos solistas, que também vão participar, mas sobretudo ao nível dos intérpretes de orquestras", disse, revelando que, para além da orquestra residente, a Divino Suspiro, a Orquestra Metropolitana de Lisboa aceitou integrar o programa.

Alexandre Tharaud, Edna Stern, Elena Rozanova, Eve Egoyan, Huseyn Sermet, Oleg Marshev, Pascal Rogé, Sérgio Tiempo, Till Fellner e Uri Craine são os pianistas estrangeiros já confirmados.

O concerto inaugural será sexta-feira à noite. Nos dias seguintes, os concertos serão todas às 14h00, 16h00, 18h00 e 22h00, devendo a organização disponibilizar entre 25 mil e 27.500 bilhetes.


Fonte: Jornal Público Online