Friday, June 30, 2006

Recital - 24 Junho 2006 - Colégio MIlitar



Compositores Interpretados: Chopin e Mussorgsky

Thursday, June 22, 2006

COEXISTENCE

http://www.coexistence.art.museum/eng/main.htm

Ponto.

Talvez fosse ali.
Precisamente nesse lugar onde nada pode existir.
Nem o pó que sobrou dos restos da guerra,
nem a ferrugem dos cascos de velhos navios.
Nada de nada que lembre os vestígios
ou qualquer traço de humanidade que por ali passou.
Também o tempo aí parou.
Mesmo ele esqueceu as crianças
que correram em tempos pelas ruas
mais estreitas desse ponto sem nome.
Ponto perdido no meio do globo.
Ponto sujo. Ponto abandonado.
Marcado de vermelho pelos projécteis gravados
em todas as paredes de todas as casas.
Em tempos foi notícia em todos
os jornais de todo o mundo.
Hoje não tem guerra, nem bombas, nem filhos
que alguém leve a enterrar.
Hoje não tem nada que o mundo queira lembrar.
Foi em tempos um lugar com vozes
e nunca mais vai ser nada.
Ponto apagado.

Wednesday, June 21, 2006

Tuesday, June 20, 2006

O meu Carro de Sonho

O meu carro de sonho não é. Era.
Era o Mini da minha Mãe.
Branco. Com os bancos pretos.
Nele eu ia para a praia,
ia à pastelaria lanchar,
ia à mercearia da praça,
e ia para a casa da Avó.
Nele eu ia esperar o Pai à estação,
nele eu ia feliz.
O meu Mini, não tinha
muitas coisas que
os carros grandes tinham.
Mas o meu Mini tinha
a minha Mãe e levava-me
a todos os sítios.
Hoje, não sei onde ele está.
Mas continua a ser o meu
carro de sonho.

Hoje Escrevi

Hoje fiz o que já não fazia há muito, muito tempo.
Hoje sentei-me à mesa na velha escrivaninha do avô
e passei uns bons dez minutos a sentir os sulcos
abertos pelo tempo na madeira.
A passear os dedos pela pele verde e pálida do tampo,
já envelhecida pelo sol que durante anos
entrou pelo vidro baço da clarabóia do sótão.
Na pequena gaveta ainda resistem dois aparos antigos,
uma barra de lacre vermelho e a bolsa escocesa do tabaco de cachimbo.
Hoje fiz o que já não fazia há muito, muito tempo.
Sentei-me sem olhar para o relógio e escrevi uma carta a um amigo.
E esta vai ser a minha memória com cheiro a antigo e capa amarelada
durante muito, muito tempo.

Martin Luther King - The Quest for Peace and Justice

"We have learned to fly the air like birds and swim the sea like fish, but we have not learned the simple art of living together as brothers."

"Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar no mar como os peixes, mas não aprendemos a simples arte de viver juntos como irmãos."

Nobel Lecture, December 11, 1964


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MLK foi Prémio Nobel da Paz em 1964.

As suas palavras fazem hoje tanto ou mais sentido do que no seu tempo.
O grande desafio desta e das próximas gerações, o grande teste de cada homem e mulher é verdadeiramente este: aprender a viver em paz com o seu semelhante, como se nas suas veias corresse o mesmo sangue.
Este é o único factor que pode conduzir à evolução e continuação da espécie.
Estamos dispostos a mudar? Queremos? Seremos capazes algum dia?

Ashes and Snow - Equilíbrio entre Homem e Animal

Ashes and Snow - O Maravilhoso Mundo de Colbert

Ashes and Snow é um projecto continuado do aclamado fotógrafo Gregory Colbert, que combina diversos trabalhos fotográficos, filmes em 35mm e um livro. Fruto de um árduo exercício de paciência e determinação para com a natureza expressiva e artística dos animais, ele capta de uma forma única momentos extraordinários de interacção entre humanos e animais.
Este notável trabalho de arte abrange mais de quarenta espécies animais diferentes de todo o mundo. Desde o início do projecto que Colbert empreendeu mais de 30 expedições a locais tão diversos como a Índia, Egipto, Burma, Tonga, Sri Lanka, Namíbia, Quénia, Antárctica, Açores e Bornéu.
O conjunto de trabalhos reunidos sob o nome Ashes and Snow foi pela primeira vez apresentado ao público em 2002 no Arsenale, em Veneza e tem programada uma expedição itinerante pelo mundo, sem uma data final concreta.
A casa desta exposição em perpétuo movimento tem o nome de Nomadic Museum, uma obra projectada pelo arquitecto japonês Shigeru Ban, um nome conceituado da arquitectura contemporânea. Única no seu género, define-se como uma estrutura temporária construída com materiais totalmente recicláveis e reutilizáveis – contentores de mercadorias são utilizados para as paredes e rolos/canudos de cartão para o tecto e colunas – sublinhando uma nova visão arquitectónica totalmente conceptual.
O título Ashes and Snow, induz imagens de beleza e renovação, ao mesmo tempo que sublinha a componente literária da exposição – a narrativa sobre a jornada de um homem que ao longo de um ano escreve 365 cartas para a sua mulher.
Colbert, que define os animais como as obras-primas da natureza, fotografa e filma nos seus habitats originais com o objectivo superior de captar a verdadeira essência e “voz” de cada animal.
Ashes and Snow apresenta-se através de 100 fotografias em grande escala, um filme com a duração de uma hora e dois pequenos documentários. Nenhuma das imagens que podemos ver foi tratada digitalmente ou sobreposta a outra. Tudo o que vemos é o que Colbert viu e gravou através das suas lentes e objectivas. Apesar da utilização de máquinas fotográficas e de filmar, nenhuma das imagens expostas corresponde a um still de filme.
Os animais retratados em fotografia e filme são animais no seu estado selvagem e também animais habituados ao contacto com o homem.
O trabalho fotográfico reside em técnica de umber e sépia aplicada através de pintura a cera sob acção de uma fonte de calor sobre papel artesanal japonês. As fotografias, de grande dimensão, são expostas sem comentário com o objectivo de incentivar a interacção entre observador e imagem.

Para mim traduz-se na mais notável apresentação da relação natural entre humano e animal.

No campo de links deste blog encontram uma passagem para o maravilhoso mundo de Colbert. Entrem na página e desliguem do mundo durante algum tempo. Percam-se na contemplação de uma das mais belas formas de arte que conheci desde há muito.

Monday, June 19, 2006

Pieter Bruegel - Le Repas de Noces (1568)


Óleo sobre Tela - 114 x 164 cm
Vienne, Kunsthistorishes Museum Wien

Manifesto - Pobreza Zero

Mais de 900 organizações internacionais em estreita coordenação com organizações e movimentos sociais de base em mais de 100 países promovem a maior mobilização de sempre na luta contra a pobreza no mundo. A sociedade portuguesa não pode ficar indiferente.
Manifestamos:
que a persistência da pobreza e da injustiça social no mundo não tem justificação. Apesar dos esforços realizados durante décadas, a desigualdade entre ricos e pobres continua a aumentar. Hoje mais de 3.000 milhões de pessoas carecem de uma vida digna por causa da pobreza. Fome, SIDA, analfabetismo, discriminação de mulheres, destruição da natureza, acesso desigual à tecnologia, deslocação maciça de pessoas devido aos conflitos, migrações provocadas pela falta de equidade na distribuição da riqueza a nível internacional. São as diferentes facetas do mesmo problema: a situação de injustiça que afecta a maioria da população mundial.
que o desenvolvimento sustentável no planeta está seriamente ameaçado porque um quinto da população mundial consome irresponsavelmente, com a consequente sobre-exploração de recursos naturais.
que as razões da desigualdade e a pobreza se encontram na forma como organizamos a nossa actividade política e económica. O comércio internacional e a especulação financeira que privilegia as economias mais poderosas, uma dívida externa asfixiante e injusta para muitos países empobrecidos, bem como um sistema de ajuda internacional escasso e descoordenado tornam a actual situação insustentável.
que para conseguir a eficácia das políticas de Desenvolvimento Institucional, o Desenvolvimento Humano Sustentável e Bens Públicos Globais é imprescindível implementar uma governação global democrática e participativa.
que o crescimento económico espectacular dos últimos anos não contribuiu para garantir os direitos humanos nem para melhorar as condições de vida em todas as regiões do mundo, nem para as pessoas, independentemente da sua condição, género, etnia ou cultura.
que lutar contra a pobreza, nas suas diferentes dimensões, significa actuar contra a exclusão das pessoas, a favor das garantias dos seus direitos económicos, sociais e culturais que se traduzem em protecção, trabalho digno, rendimento, saúde e educação, poder, voz, meios de subsistência sustentáveis, em condições de igualdade. É um compromisso irrenunciável e inadiável: toda a sociedade no seu conjunto é responsável pela sua concretização.
Pedimos:
mais ajuda pública para o desenvolvimento, dando prioridade aos sectores sociais básicos, até alcançar o compromisso dos 0,7% do PIB.
melhor ajuda, desligada de interesses comerciais, orientada para os países mais pobres e coerente com os Objectivos do Milénio.
mais coerência nas diferentes políticas dos nossos governos para que todas elas contribuam para a erradicação da pobreza.
perdoar a dívida: os países ricos, o Banco Mundial e o FMI devem perdoar a 100% a dívida dos países mais pobres.
dívida por desenvolvimento: investir os recursos criados pelo perdão da dívida dos países pobres para alcançar os Objectivos do Milénio.
mudar as normas do comércio internacional que privilegiam os países ricos e os seus negócios e impedem os governos dos países pobres de decidir como lutar contra a pobreza e proteger o meio ambiente.
eliminar os subsídios que permitem exportar os produtos dos países ricos abaixo do preço de custo de produção, prejudicando o sustento das comunidades rurais nos países pobres.
proteger os serviços públicos com o fim de assegurar os direitos à alimentação, o acesso à água potável e a medicamentos essenciais.
favorecer o acesso à tecnologia por parte dos países menos desenvolvidos, de acordo com as suas necessidades,para que possam usufruir dos seus benefícios.
Lisboa, 1 de Julho de 2005

Cinzento

Silêncio, antigo, filme, pau e pedra.
Melancolia, dias, horas, noite farpada.
Tudo, todos, ausência de chão, humano.
Animal, plano, verde, montes e sombras.
Canto, grito, voz que se perde.
Memória, inexacto, infernal, Dante.
Comédia, tempo, avenida, calçada.
Passos, movimento, pedinte.
Homem, mulher, tu e eu.
Nu, som, sombra, horizonte.
Clave, corda, nota, brutal.
Grave, agudo, claro e escuro.
Palheta, vibração, mão.
Paleta, cores, preto e branco.
Preto e branco.
Fechado.

Comemoração do Cinquentenário da Fundação Gulbenkian

"Criada a 18 de Julho de 1956, a Fundação Calouste Gulbenkian comemora este ano o seu cinquentenário. Vamos celebrar a nossa actividade nas Artes, Beneficência, Ciência e Educação com um programa comemorativo que irá decorrer ao longo dos anos de 2006 e 2007.

O programa vai incluir um fórum cultural, espectáculos, exposições, edição de livros, conferências internacionais, um ciclo de cinema e novos prémios.

Todas as iniciativas vão procurar cumprir quatro objectivos fundamentais: homenagear o Fundador, assinalar condigna e devidamente a actividade realizada ao longo destes primeiros 50 anos, recordar todos quantos deram corpo à Instituição e lançar as perspectivas do futuro.
Da meia centena de iniciativas previstas, destacam-se:

• exposições dedicadas a Calouste Gulbenkian, a inaugurar na data oficial do aniversário da Fundação• a mostra dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso, no seu contexto internacional, a par do lançamento do primeiro volume do catálogo raisonné do artista

• a apresentação, em 2006, de obras da colecção de arte britânica do Centro de Arte Moderna na Tate Britain em Londres

• a realização de um fórum cultural de carácter multidisciplinar - O Estado do Mundo - transversal a várias áreas e sensibilidades e envolvendo curadores internacionais, que contemplará um leque alargado de eventos em várias áreas culturais e artísticas

• o regresso do cinema ao écran do Grande Auditório, pela mão de João Bénard da Costa

• a publicação de uma obra colectiva sobre a história da Fundação e o seu impacto na sociedade portuguesa, coordenada por António Barreto

• a instituição de novos prémios a atribuir pela Fundação no âmbito das suas finalidades estatutárias, são outras das iniciativas incluídas no programa.

Entre os vários espaços de reflexão propostos sobre diversos temas, destaca-se:

• a conferência internacional sobre Que valores para este Tempo?, a realizar em Outubro de 2006, dedicada à actual crise geral de rumo e de sentido dos valores

• e a conferência internacional Imigração – Oportunidade ou Ameaça?, cujo comissário é António Vitorino."

(Fonte: Site da Fundação Gulbenkian)

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Portuguese Version Source: United Nations Information Centre

Artigo 1°
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2°
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autônomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Artigo 3°
Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4°
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos.

Artigo 5°
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.

Artigo 6°
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento, em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.

Artigo 7°
Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8°
Toda a pessoa direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.

Artigo 9°
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10°
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.

Artigo 11°
Toda a pessoa acusada de um acto delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe sejam asseguradas.
Ninguém será condenado por acções ou omissões que, no momento da sua prática, não constituíam acto delituoso à face do direito interno ou internacional. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o acto delituoso foi cometido.

Artigo 12°
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a protecção da lei.

Artigo 13°
Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.
Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

Artigo 14°
Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países.
Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 15°
Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade.
Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 16°
A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm o direito de casar e de constituir família, sem restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento dos futuros esposos.
A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado.

Artigo 17°
Toda a pessoa, individual ou colectiva, tem direito à propriedade.
Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.

Artigo 18°
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

Artigo 19°
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e idéias por qualquer meio de expressão.

Artigo 20°
Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21°
Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios, públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.
A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

Artigo 22°
Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.

Artigo 23°
Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.
Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social.
Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.

Artigo 24°
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas.

Artigo 25°
Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma protecção social.

Artigo 26°
Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
Aos pais pertence a prioridade do direito de escholher o género de educação a dar aos filhos.

Artigo 27°
Toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar no progresso científico e nos benefícios que deste resultam.
Todos têm direito à protecção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria.

Artigo 28°
Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente Declaração.

Artigo 29°
O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.
No exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.
Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

Artigo 30°
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.

All the Invisible Children

A Amnistia Internacional Portugal Recomenda este filme

CRIANÇAS INVISÍVEIS (All the Invisible Children)

Oito conceituados realizadores uniram-se para o projecto deste filme - Medhi Charef (África do Sul), Emir Kusturica (Sérvia - Montenegro), Spike Lee (Estados Unidos), Katia Lund (Brasil), Jordan Scott e Ridley Scott (Inglaterra), Stefano Veneruso (Itália) e John Woo (China). Cada um, com uma história diferente para contar, relata a frágil situação das crianças, em várias partes do mundo.
Tanza, Ciro, Uros, Bilu, João e Song Song são alguns dos jovens protagonistas do filme. As suas histórias, falam em nome de milhões de crianças que não têm direito a um nome ou a um rosto: histórias de violação dos direitos humanos, má nutrição e pobreza, mas também de crianças que anseiam por um futuro melhor, mesmo sendo trabalhadores ilegais, crianças forçadas a entrarem nas guerras dos adultos ou jovens vítimas da epidemia da SIDA.
O filme dá voz a essas crianças, tornando-as visíveis e, ao mesmo tempo, comunicando os seus sentimentos e histórias na primeira pessoa. Todas estas diferentes histórias se referem a problemas actuais das crianças. O filme ilustra, de maneira expressiva, a capacidade que as crianças têm para enfrentar, com esperança e força, até as situações mais difíceis.
Milhões de crianças são privadas dos seus direitos pela exploração e pela guerra. Três milhões de crianças em todo o mundo passam fome. Mais de 100 milhões nunca frequentaram uma escola.«CRIANÇAS INVISÍVEIS» é um filme inteiramente dedicado a essas crianças.

All the Invisible Children2005

116 minutos

França/Itália

http://www.alltheinvisiblechildrenmovie.com/index2.pl

Nikolai Gógol: 1809 – 1852

"Nikolai Vasilyevich Gógol nasceu no dia 31 de Março de 1809, perto de Poltava, na Ucrânia do então Império Russo. Gógol cresceu no ambiente rural ucraniano, muito influenciado por tradições cossacas, até ter sido enviado para estudar em Nezhin, onde se destacou pela sua ironia, pelas caricaturas no teatro escolar e pelas suas contribuições em prosa e em verso para uma revista.
Em 1828 parte para São Petersburgo, onde tenta em vão empregar-se no serviço civil. Tenta também a sua sorte como actor, mas nunca passou das audições.Lembrando-se de um poema escrito na sua juventude, publica-o numa edição de autor que não é bem sucedida, pelo que queimará todos os exemplares impressos.
Depois de uma curta viagem pela Alemanha, onde gastou o pouco dinheiro que tinha, Gógol regressa a São Petersburgo e emprega-se como funcionário público. Entretanto, começara a contribuir com narrativas para alguns jornais, inspirando-se nas recordações de uma infância passada na província ucraniana. Foi assim que surgiram as oito narrativas que deram origem a dois volumes publicados em 1831-32 (“Noites no Monte à Beira do Dikanka”), responsáveis pelo sucesso repentino do escritor. Entre os seus admiradores contavam-se o poeta Aleksandr Púshkin e o escritor Sergey Asakov.
Desistindo da carreira burocrática, Gógol torna-se professor de História num internato de raparigas e, mais tarde, dá aulas na Universidade de São Petersburgo. A actividade literária do escritor intensifica-se a partir deste momento, surgindo livros como “O Retrato”, “O Nariz” e “Arabescas”. A comédia “Revisor” foi encenada pela primeira vez em 1836, a pedido especial do Czar, mas a sátira feita à corrupção burocrática levantou as vozes da imprensa reaccionária e dos burocratas, levando Gógol a mudar-se para Roma.
Com “Almas Mortas”, Gógol pretendia escrever uma epopeia da Rússia, à semelhança de “A Divina Comédia”. Contudo, sempre insatisfeito com o seu trabalho, reescreveu esta obra até à exaustão, só publicando o primeiro de três volumes (1842) e demorando dez anos a escrever apenas quatro capítulos do segundo tomo. Frustrado e convencido de que Deus lhe retirara a veia criativa e artística, Gógol instala-se em Moscovo naquela que seria a última fase da sua vida. Já nesta cidade, profundamente abalado pela morte da sua mulher, o escritor pede a um criado que queime o manuscrito completo do segundo volume da sua grande epopeia. Nikolai Gógol, consagrado ainda em vida como um dos mais importantes escritores da literatura russa, morreu num estado de semi loucura no dia 4 de Março de 1852, em Moscovo."
  • (Biografia publicada por Assírio & Alvim)

    Obras a Ler:

    Almas Mortas
    Avenida Névsky
    O Capote
    Diário de um Louco
    O Nariz
    O Retrato

Belgais - O Projecto de Maria João Pires

"Fundado por Maria João Pires numa região conhecida pelo nome de «Raia», a oeste de Portugal, o Centro de Belgais é a concretização de um projecto antigo, que corresponde a vários objectivos: proporcionar a artistas em formação ou consagrados um quadro excepcional e preservado, propício ao aprofundamento pessoal e a encontros estimulantes; desenvolver uma pedagogia da arte original e alternativa, fundada no respeito mútuo e na compreensão do ritmo de cada um; elaborar uma «filosofia» da educação; promover a difusão da cultura através da organização de espectáculos e concertos numa região pouco dotada neste plano; favorecer a criação artística através da oferta de estadias residenciais a jovens criadores; servir de local de reflexão e preparação para projectos artísticos de grande envergadura, ligados a uma difusão internacional."

The History of La Roque D'Anthéron Piano Festival

Over the past twenty-five years , the La Roque d'Anthéron Piano Festival has emerged as a mandatory event in the piano world. The world's greatest performers appear on the stage of the Parc de Florans, an open air auditorium where the music takes on a magical quality. Each year's programme includes other interesting venues as well. The La Roque d'Anthron Piano Festival offers, in addition, the opportunity to discover young performers and diverse styles of music, including classical, contemporary, jazz and electronic music.

The La Roque d'Anthron Piano Festival is the fruit of the encounter in 1980 between Paul Onoratini, mayor of a village of a few thousand inhabitants in the heart of Provence, and René Martin then a young intern in the Regional Cultural Affairs Office.Ren Martin was looking to create a piano festival and Paul Onoratini gave him his whole-hearted support.

In 1981, from the 10th to the 27th of August, the first notes were heard in the park of the Château de Florans, played by top pianists Martha Argerich, Krystian Zimerman, Soltan Kocsis and othersFrom its very first year, with only twelve concerts on the programme, the La Roque d'Anthron Piano Festival received the highest honours. The press at the time was already proclaiming the Festival as a mandatory venue both for pianists and music lovers, and nearly 9,200 spectators discovered the village of La Roque d'Anthron that first year..Artistic Director René Martin and President Paul Onoratini did not hesitate to take up new challenges.

The greats

Each year the Festival has widened its offering.The greats followed Radu Lupu, François-Ren Duchable, Kun Woo Paik, and Sviatoslav Richter. And there were great voices as well, like Barbara Hendricks, who was a special guest of the Festival in 1986 and 1989. In only a few years the Festival had become a must on the piano circuit. Everyone came, not only the famous, but young talents as well, rarely seen performers who had never before appeared in France, like Youri Egorov, Oleg Maisenberg, Janis Valkarelis, Lars Vogt, Steven Lubin, Nelson Goerner and Richard Goode, who gave their first French recitals at La Roque d'Anthron. In addition to the concerts, the musicians also offer lectures and master classes and participate in musical events, all with the same goal to create a special musical experience. By including little-known or forgotten repertoire, contemporary music and jazz, the La Roque d'Anthron Festival also risks controversy, all the better to celebrate the magic that is music.

Press release for the 26th International Piano Festival at La Roque d’Anthéron

Once again, it looks like 2006 is going to be a lively year. At a time when the whole of Provence is paying tribute to Cézanne for the centenary of his death, the Festival is celebrating several anniversaries: the hugely publicised 250th anniversary of the birth of Mozart, which is being celebrated worldwide, the 125th anniversary of the birth of Bélà Bàrtok and finally the 150th anniversary of the death of Robert Schumann… so there will be no shortage of candles to blow out!
The Festival, now in its 26th year, will take place from July 20 to August 22 amidst a unique atmosphere, which is specific to La Roque, where the conviviality, simplicity, the talent of the artists and the beauty of the surroundings all contribute to making the musical events such a success... 70 concerts spread over 34 days, an eclectic choice of music, young and up-and-coming artists, a worldwide first production and a host of new artists…!
Over the years, René Martin has attributed an increasing degree of importance to giving an opportunity to young talent, and, as a result, our summer nights are all the more tuneful. The Russian school of piano will be given pride of place with the two Russians Alexeï Volodine, Alexander Kobrin, the Ukrainian Alexander Romanovsky and the Siberian Denis Matsuev. Lise de la Salle, David Fray, Jean-Frédéric Neuburger, Iddo Bar-Shaï and Bertrand Chamayou (immortalised on a DVD produced in 2004 at La Roque entitled “Les pianos de demain”) will also be present, performing in the ‘Parc de Florans’. We will be playing host to Jonathan Biss, Simon Zaoui, a former pupil of the “Ensembles en Résidence” (which tours villages stretching from the Durance to the Alpilles in the summer), and we will also be introduced to Emmanuelle Swiecz, Davide Cabassi, Francesco Tristano Schlimé and the Polish artist Rafal Blechacz (the winner of the Fifteenth Warsaw Chopin Competition in 2005) for a Chopin evening on August 2 (at 9pm).
This year, there will be five ‘Piano Nights’, including two anniversary nights: Sunday, August 13, with a tribute to Bélà Bartòk, the night of July 29, a tribute to Robert Schumann and his passionate relationship with his wife Clara, and, of course, a Mozart night, which will close the “The Piano Sonatas” by Mozart played by Anne Queffélec and Jean-Claude Pennetier on Monday, August 14.
The delicate skills of the English Chamber Orchestra, the Sinfonia Varsovia and the Bilbao Symphonic Orchestra will be on display during five symphonic evenings. Chamber music will not be forgotten during the Festival with the baroque repertoires – played on period instruments (bass viol, harpsichords, gut strings etc) - and classical repertoires, which will include new ensembles, and notably the Zefiro Ensemble.With regard to the choirs this year, you can expect some intensely emotional moments! 80 men’s voices from Bilbao will fill the sweet air surrounding the ‘Etang des Aulnes’ on Tuesday, August 8 with the works of Wagner and Busoni. The Accentus choir and Laurence Equilbey will also be singing, for the third consecutive year, on August 4 and 5 at the Silvacane Abbey, with the Via Crucis by Liszt.
Whilst Mozart will be omnipresent throughout the summer, Lera Auerbach will be one of the ‘finds’ of 2006. This 33 year-old female composer will be playing both her own works and those of Moussorgski on August 3 (at 6pm). The duo Genova and Dimitrov, first-time guests at La Roque, will be celebrating the centenary of the birth of Chostakovitch on July 25 at 6pm… A worldwide first production of Messiaen’s “Fantasia for violin and piano” will be played by Momo Kodama and Isabelle Faust on Tuesday, August 16.
As far as jazz is concerned, the jazzmen who proved so popular in 2005 will once again be present, adding a few touches of swing to the beginning of the Festival, notably thanks to Bojan Z, Brad Melhdau and the Esbjörn Svensson Trio.
Last but not least, great international virtuosos such as Grigory Sokolov, Nikolaï Lugansky, Ivo Pogorelich, Lang Lang, Stephen Kovacevich, Richard Goode, Boris Berezovsky… or Marc-André Hamelin, Pierre-Laurent Aimard….and not to mention our loyal guests Emmanuel Strosser, Claire Désert, François-Frédéric Guy, Alexandre Tharaud and Jean-François Heisser…will all be present at this 26th Festival; a wonderful line-up that is not be missed!

Sunday, June 18, 2006

Lisbon Graffiti

The Piano