Wednesday, October 04, 2006

Século XXI (ou o homem egoísta)

Se depender do grito
talvez ainda alguma coisa mude.
Talvez alguém ainda se importe.
Falámos tanto de tudo
que agora as palavras
perderam o significado.
Já nada interessa a ninguém,
somos estranhos numa terra estranha.
A última moda dita que
o próximo não importa. Não conta.
Quem vai querer saber?
Só conto eu e eu.
Os outros parecem fantasmas.
Feios, negros, maus, distantes.
Tudo longe, tudo frio.
Morremos um dia de cada vez
sem olharmos para ninguém.
Os outros são os outros,
são pretos, são brancos ou amarelos,
mas não são meus. Não são eu.
O que será do homem
quando souber pelos outros
que já nem de si quer saber?

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